Dr. Carlos Magalhães na liderança da IAAS: "Reconhecimento do crescimento da Cirurgia de Ambulatório em Portugal”

27/07/22
Dr. Carlos Magalhães na liderança da IAAS: "Reconhecimento do crescimento da Cirurgia de Ambulatório em Portugal”

A International Association for Ambulatory Surgery (IAAS) detém, desde o passado mês de maio, liderança portuguesa. O Dr. Carlos Magalhães assumiu o cargo de presidente para o biénio 2022-2024, a juntar às funções que detinha anteriormente como presidente da Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória e diretor do Serviço de Cirurgia Geral de Ambulatório do Centro Hospitalar Universitário do Porto. Em entrevista, o especialista abordou os desafios, influências e objetivos que o contexto internacional representa para a abordagem clínica nacional.

A candidatura à presidência da IAAS por parte do Dr. Carlos Magalhães surge naturalmente após um longo período de tarefas desempenhadas no comité executivo, tendo agora a missão, não só de gerir este mesmo comité, como também a atividade com que a associação se relaciona nos diferentes países a nível mundial. Do ponto de vista pessoal e profissional esta eleição significa muito para o médico especialista em Cirurgia Geral. Refere que é um “reconhecimento do que tem sido o crescimento da Cirurgia de Ambulatório em Portugal”.

É da opinião de que o regime de ambulatório “é uma das melhores formas” de tratar os doentes, uma vez que se apresenta como uma alternativa “mais rápida e eficaz”, evitando, deste modo, os atrasos de listas de espera de outros procedimentos cirúrgicos que podem ser morosos na sua concretização. Posto isto, expõe que passará por “promover e levar a Cirurgia de Ambulatório a todos os países a nível mundial” e procurar “convencer os profissionais de saúde, os doentes, os administradores hospitalares e os políticos de que realmente esta via é a melhor de tratarmos a grande maioria dos nossos doentes.”

Considerando que o Dr. Carlos Magalhães é também presidente da Associação Portuguesa de Cirurgia Ambulatória, o contacto e a ligação potencializados entre o panorama nacional e internacional trazem “grandes vantagens”. Numa primeira instância indica que os ensinamentos e partilha de conhecimentos com referências mundiais inseridos na área permitem “transpor a melhor prática a nível mundial”, sendo posteriormente apresentada e difundida aos colegas portugueses. Por outro lado, esta conexão demonstra-se importante também na transposição da realidade de Cirurgia de Ambulatório que é concretizada em Portugal e comparar com outras nações.

Assevera que a cirurgia realizada em regime de ambulatório apresenta a mesma qualidade e segurança do que aquela concretizada em regime de internamento, recorrendo-se a técnicas “mini-invasivas”, sejam anestésicas ou cirúrgicas. Esclarece que a prontidão de tratamento do doente em regime de ambulatório só é possível se houver preparação e organização da equipa médica e restantes colegas e profissionais. “Esse é o segredo da cirurgia de ambulatório. O procedimento cirúrgico não é diferente, se for feito em ambulatório ou em regime de internamento, nós fazemos o mesmo ato cirúrgico. A forma como é programado e a organização que se gere à volta do doente e do seu cuidador é que é a grande diferença”.

No futuro, o médico ambiciona que a Cirurgia de Ambulatório se assuma como uma área de contínuo investimento, relembrando que há ainda muitos países em que não existe este regime. Desta feita, o legado que o Dr. Carlos Magalhães pretende deixar na IAAS é o de que o ambulatório possa ser assumido como uma possibilidade nas intervenções cirúrgicas a nível mundial, em todos os países.

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